Deitar cedo e cego erguer,
Dá saúde e faz crescer…
Já dizia o meu avô,
Dizia baixinho.
Vai durmir agora,
Para seres um bom menino.
Deitar cedo e cedo erguer,
Dá saúde e faz crescer…
Já o meu tio,
Um pouco zangado.
Vai já pra cama,
Se não fico irritado.
Deitar e cedo erguer,
Dá saúde e faz crescer…
Já dizia a minha mãe,
Com o pijama na mão.
Tu vestes-te como ninguem,
És o meu filho do coração.
Deitar cedo e cedo erguer,
Dá saúde e faz crescer…
Naquele dia triste,
Toda a familia chorava.
Diz-me lá porque partiste?
Já não percebo nada.
Deitar e cedo e cedo erguer,
Dá saúde e faz crescer…
Já dizia a minha avó,
Olhando para relógio.
Deixem estar o menino,
Pois, ele não vai ao velório.
Deitar cedo e cedo erguer,
Dá saúde e faz crescer…
Já dizia o meu avô,
Um pouco chateado.
Se não vais já durmir,
O caldo fica entornado.
Deitar cedo e cedo erguer,
Dá saúde e faz crescer…
Já dizia o meu tio,
“Tu meu sobrinho”.
Tens que ir já durmir,
Pra amanhã, acordares fresquinho.
Deitar cedo e cedo erguer,
Dá saúde e faz crescer…
Já dizia a minha mãe,
Com o pijama na mão.
Se ainda é cedo pra durmir,
Podemos ainda, cantar uma canção.
Deitar cedo e cedo erguer,
Dá saúde e faz crescer…
Já dizia a minha avó,
Com uma voz docemente.
Deixem o menino em paz,
Pois ele, não está doente.
Deitar cedo e cedo erguer,
Dá saúde e faz crescer…
Já dizia o meu avô,
Um pouco chateado.
Se não vais já descansar,
Amanhã não vais brincar.
Deitar cedo e cedo erguer,
Dá saúde e faz crescer…
Já dizia o meu avô,
Que é o chefe da familia.
Se não vais, já durmir,
Vou chamar a tua tia.
Camas?
- Camas de dormir!
Não! Amas?
- Não tem nada haver, com amar.
São apenas camas.
- Ah, quem tu amas faz sorrir?
Não! Servem para descansar.
- Ah, são de camas que estás a falar!
Sim! Até que enfim.
- Oh, que querido, tu gostas de mim.
Quem tu pensas que eu sou?
- És uma grande pessoa.
Não! Não sou o teu avô.
Avô! Não estou a falar de mim.
- A sério? Pois não, tu estás a falar de ti!
De mim? Não! Tu é que estás a chamar o teu avô.
- Avô? Vamos lá esquecer.
Não! Eu prefiro morrer.
Então quem tu amas?
- Quem eu amo?
Sim! Estás a dizer camas.
Ah, as camas…
São camas, e as camas,
São quem eu Amo.
- Já percebi, tu amas as camas!
Sim! Até que enfim.
Não, não estou a dizer que gosto de ti.
- Sim, eu sei.
Não, não te estou a chamar Rei!
Rei? Não tem nada haver.
- Não, eu prefiro morrer.
Eu disse, que já sabia!
- Ah, já entendi.
A noite para ti, tem magia.
- Magia?
Não tem nada haver.
- Não, eu prefiro morrer.
Morrer? Vamos lá chorar.
- Ah, já entendi…
Vamos na cama nos deitar!
- Ah, finalmente.
Pensava que estavas doente.
- Doente?
- Não, dormente.
Não estou a dormir!
- Eu sei, e é isso, que me faz sorrir.
Ah, já entendi.
Estás a despedir-te de mim.
- Não, não tem nada haver.
Sim! Então até amanhã…
Vou dormir.
- Não, não vás embora.
Embora? Eu não vou fugir.
Disseste “até amanhã”.
Ah, isso. Eu moro na Covilhã!
Ah, já entendi.
Tu preferes comer Romã.
- Não, não tem nada haver.
Oh não, eu prefiro morrer.
Agora já percebi tudo,
Tu amas as tuas camas.
Sim, e agora nos vamos deitar.
E nós na nossa cama…
Vamos descansar.
Deitar cedo e cedo erguer,
Dá saúde e faz crescer…
Já dizia o vitinho,
Que é um grande amigo.
Façam pouco pouco barulho,
Deixem durmir o menino.
Deitar cedo e cedo erguer,
Dá saúde e faz crescer…
Já dizia o vitinho,
Que é um bom amigo.
Amanhã é outro dia,
E agora, eu vou indo.
Deitar e cedo erguer,
Dá saúde e faz crescer…